segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Os reinos 25

Capítulo 25:
Um trovão rompeu os céus, na escuridão da noite o bosque era muito mais assustador. O feiticeiro corria o mais que podia por entre a mata. Assustado e com a correria, tropeçou num ramo e caiu no chão, atrás de si logo apareceu a criatura que o perseguia, era difícil ver na escuridão, mas era uma criatura rastejante e possuía um comprido pescoço. Assim que caiu, o feiticeiro levou a mão à sua algibeira, mas a sua varinha não estava lá, tinha desaparecido, por isso ele procurou no bolso a sua bola de cristal mas, tal como a varinha, tinha desaparecido. O mostro mordeu-lhe na perna que imediatamente começou a sangrar, o feiticeiro tirou um dos lenços que o cobriam e prendeu o mostro que lutava para se libertar. Com dificuldade o feiticeiro conseguiu enrolar o seu lenço à volta do focinho do monstro que logo desapareceu numa bola de fumo negra. O velho feiticeiro exausto sentia-se tonto e mal disposto, como era médico verificou que a sua perna estava com uma grande ferida e, pior, a criatura tinha-lhe injectado muito veneno, veneno tóxico. O feiticeiro corria perigo, pois neste momento era só um velho sozinho, perdido, esfomeado e cansado. Um velho que não podia fazer nada, apenas esperar e rezar a Zeus que o ajudasse. Continua...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Os reinos 24

Capítulo 24:
«Meu jovem...
Venho por este meio explicar o que se passa. Como deves ter reparado, já não me encontro presente. Ausentei-me para poder terminar uma tarefa há muito esquecida. Peço-vos a todos que sigam as instruções da minha amiga, ela poderá defender-vos e guiar-vos pois ela conhece este mundo tanto ou melhor que eu. Peço-vos que não se preocupem comigo pois estarei em segurança, prometo voltar e prometo que tudo correrá muito bem.
Para que não me esqueça, é indispensável que continuem a nossa viagem, não esperem por mim na gruta pois assim será mais fácil o nosso inimigo encontrar-vos.
Para terminar a carta, peço-vos mais uma vez para não se preocuparem, se eu tiver algum problema envio uma mensagem por telepatia, não se esqueçam de continuar!
Cumprimentos para todos do vosso amigo...»
Assim era o bilhete deixado pelo feiticeiro. Quando o jovem o leu ficou um pouco preocupado, chamou os outros e mostrou-lhes. A mulher não se preocupou muito pois sabia o que fazer.

Continua...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os reinos 23

Capítulo 23:
«Já tenho o seu rapaz, meu amo! Tive de resolver um problema, pois o jovem estava acompanhado por um velho, mas já tratei de tudo. Meu amo, qual a minha próxima missão?» disse um lacaio - sem receber resposta, retirou-se. O malvado homem aproximou-se do rapaz e depois com um movimento brusco agarrou-o, virou-se para trás e de seguida exclamou: «Serve.» Num estalar de dedos, dois homens entraram e levaram o pobre coitado para as masmorras.
Entretanto os nossos heróis encontravam-se escondidos numas grutas perto do rio, o feiticeiro achara melhor passarem lá a noite, pois temia que aquele vulto fosse uma ameaça para todos eles.
Já era noite, todos dormiam excepto o feiticeiro, este pegou numa folha de papel e escrevinhou algumas frases, caracteres estranhos e difíceis de perceber iam-se acumulando formando palavras, frases e parágrafos. Parou de escrever, depois colocou o papel ao pé do seu melhor amigo e saiu da gruta, mas para onde terá ido?

Continua...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os Reinos 22

Capítulo 22:
O feiticeiro tirou o mapa da sua algibeira, de seguida abriu-o. Ficou a olhar para ele durante algumas horas. Depois de chamar todos explicou muito feliz: «Descobri como sair da floresta!» e apontado para o mapa continuou: «Vêem?! Há um caminho ao longo deste rio, depois passamos pelas grutas e no final só temos de entrar nesta faixa onde julgo haver uma aldeia. Lá podemos reabastecer-nos e continuar, depois só falta passar por esta cadeia montanhosa e assim poderemos prosseguir o nosso caminho! O que acham?» Todos estavam muito entusiasmados, excepto o pai do rapazinho: «Não haverá outro caminho? Este parece-me muito longo e difícil!» O feiticeiro ficou um pouco irritado, mas quem falou foi a mulher: «Ouve lá, tu não deves fazer a mínima ideia de como é isto aqui! Dizias que eu era fraca, pois bem, o fraco és tu! Comparado com todos os outros caminhos, este é o mais seguro, é um caminho fácil comparado com todos os outros! Percebes ou não?» O rapaz ficou embaraçado, depois baixou a cabeça e pediu desculpa ao feiticeiro.
No dia seguinte todos estavam prontos, partiram seguindo o caminho proposto pelo feiticeiro. Rapidamente chegaram ao rio, pois já conheciam aquele caminho, estavam habituados a ir lá buscar água.
Quando chegaram ao rio ainda era madrugada por isso ainda tinham muito tempo para caminhar. Durante o caminho, a mulher e o rapaz começaram a conversar: «Peço desculpa por te ter tratado tão mal! Não queria mas, ás vezes irrito-me, quando alguém diz ou faz algo errado. Esqueço-me que ninguém é perfeito!» O jovem não disse nada, mas deu a entender que tinha percebido o que ela lhe dissera. Mas a calma foi interrompida pela criança que chamou apenas o feiticeiro dizendo-lhe: «Passa-se algo de estranho comigo! Estou a ver um estranho vulto negro, sinto o perigo e cheira-me a sangue!» o feiticeiro ficou preocupado e disse a todos para estarem alerta.

Contimua...

domingo, 18 de outubro de 2009

Os reinos 21

Capítulo 21:
Um homem todo vestido de preto, sem rosto, não era humano, nem tinha alma. Era uma criatura fria e cruel, era um senhor da guerra muito poderoso e rico que podia tomar a forma de qualquer outro ser. Podia evocar muitos males, espíritos e criaturas das trevas. Podia matar e até roubar almas. E era esse o seu objectivo, encontrar uma alma que fosse digna da sua pessoa, uma alma tão pura e transparente que poderia assentar a qualquer um, o seu problema é que ainda não tinha conseguido encontrar nenhuma alma assim, pois apenas um ser humano possuía uma alma como esta, e o malvado senhor das trevas ainda não conseguira descobrir esse humano, mas achava que mais tarde ou mais cedo, iria descobri-lo. O homem de preto, já há muitos séculos que a procurava... por vezes chegava a pensar que o seu destino seria passar toda a eternidade a viajar de mundo em mundo em busca da sua preciosa alma, mas agora ele já a tinha farejado, agora restava-lhe saber quem era o dono dela.
Entretanto o velho continuava parado naquele caminho, sem saber do seu neto, o seu burro já começara a enfraquecer devido à fome. Ele tinha de voltar, mas estava preocupado com o neto. Levantou-se e começou a caminhar, mas ouviu algo atrás de si, virou-se e o que viu deixou-o aterrorizado: era um ladrão. Enquanto o misterioso homem tinha um punhal, o velho não tinha nada, por isso ajoelhou-se e suplicou para que ele não lhe fizesse mal. O ladrão não reagiu, pegou no punhal e ergueu-o sobre as costas do velho que gritava por piedade, de seguida, sem dizer nada, espetou-lhe a faca costas, velho deu um gemido e depois caiu no chão, estava morto…

Continua...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os reinos 20

Capítulo 20:
Um velho homem caminhava pela estrada acompanhado pelo seu burro de estimação e pelo seu neto. Ambos caminhavam calados em direcção ao pôr do sol, mas o neto virou-se para o homem e diz-lhe: «Estou exausto, não podemos parar para descansar? Desde que partimos para o Reino de Edren, tudo tem sido muito difícil! Eu estou cheio de fome e de sede. Por favor, podemos parar?» O homem vira-se para o neto, depois dá-lhe um estalo na cara , exclamando: «Estás louco? Não podemos parar, queres morrer de fome, temos de chegar à aldeia escondida para nos podermos alimentar e beber água, tem de ser, tenho muita pena, mas tem de ser!» O rapazinho não disse nada, continuou a caminhar um pouco amuado. Deixou-se ficar alguns metros atrás do homem, mas de repente, o homem ouviu um grito e de seguida um silencio de cortar a respiração. Desconfiado, virou-se para trás e... o rapazinho tinha desaparecido. O homem sentiu-se um pouco em pânico e depois começou a gritar pelo seu neto: «Rapazinho! Onde te meteste seu mandrião? Se andas a fugir de mim, vais-te arrepender muito, se não chegarmos à aldeia escondida antes do anoitecer vamos perder-nos, é melhor que venhas já para aqui!» Como não teve resposta, sentou-se no chão, estava cansado e desorientado, sentado não sabia o que fazer, o que ia ser da sua vida. Parou para pensar melhor no que fazer, decidiu acampar ali e rezar para que o rapaz voltasse, mas essa decisão foi um erro, corria muito perigo...

Continua...

sábado, 10 de outubro de 2009

Os reinos 19

Capítulo 19:
Caminhando pela floresta, os cinco amigos procuravam alimento e madeira, pois queriam aquecer-se e cozinhar os alimentos.
Depois de procurarem durante várias horas, acabaram por ficar cansados e decidiram voltar para o acampamento que haviam montado. Com o material que encontraram, decidiram começar a preparar a fogueira, pois era uma coisa que exigia muita paciência e muito tempo. Enquanto o jovem preparava a fogueira, o feiticeiro olhava o céu, pensando em como tudo no mundo se formava: pensava na sua filosofia e pensava na vida de todos eles. De repente, o feiticeiro abre os braços e dá um grito. Todos correm para ele e todos perguntam o que se passa. O feiticeiro tinha acabado de ter um sonho, e como todos os sonhos que tinha, este tinha um significado. Mas qual seria? Ele tinha visto algo muito estranho, algo que o tocara. Ele tinha visto um corpo, um corpo imóvel que pairava, pairava no vazio. Quem seria a pessoa que pairava? Por que estava ali? Que significado poderia ter aquela visão? Estas eram as perguntas que todos faziam, e como não conheciam bem aquilo e o desconhecido é tão assustador, todos ficaram preocupados. Não havia dúvidas de que era estranho.
O feiticeiro virou-se para os seus amigos e depois disse-lhes num tom de voz assustado: «Não pensem mais no assunto, vão esquecer tudo isto, pelo menos por enquanto. Apenas eu me vou concentrar em descobrir o que se passa, pode ser falso alarme, mas isto não me cheira nada bem.»
O tempo passou, e como às vezes o tempo passa tão depressa que nem o vemos passar, anoiteceu. Agora o frio era muito, o vento soprava, um vento gelado e tão forte que quase se sentia o corpo congelar. O rapaz tentava acender a fogueira, mas o vento apagava-a, eles não iam poder ficar na floresta por muito mais tempo, por isso, combinara partir no dia seguinte, para procurar a saída da floresta, que naquele momento era como um labirinto sem fim.

Continua...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os reinos 18

Capítulo 18:
Os quatro amigos seguiram viagem. A mulher, que era rainha daquele mundo, estava agora disfarçada de aldeã, por isso o seu povo não a conhecia. Passaram por várias aldeias para se abastecerem de alimento e de água, mas agora estava na altura de entrar na floresta sagrada.
Por mata adentro, sempre com atenção ao caminho para não se perderem, foram seguindo as indicações da mulher e do feiticeiro, mas quando começou a escurecer... perderam-se , tiveram de dormir ao relento. Agora era noite serrada, todos dormiam menos o rapazinho e o feiticeiro. Começaram a ouvir-se lobos a uivar, o feiticeiro não reagiu, mas o menino, sem fazer barulho, pegou na espada e devagar afastou-se um pouco dos outros. De repente, ouviu o som de algum lobo a preparar-se para atacar. Com cuidado e também com algum receio, aproximou-se e tentou espetar a espada no dorso do lobo, falhou, e como falhou, o lobo logo se atirou a ele. A criança aterrorizada, tentou defender-se mas logo apareceram mais dois lobos. O miúdo arranjou coragem e, em vez de gritar, deu um murro no lobo, de seguida, aplicou um golpe com a espada matando-o. Um dos outros dois logos fugiu, mas o outro começou a rosnar , o menino perdeu a coragem, arrependeu-se de matar o outro lobo, e em vez de matar este, olhou para ele nos olhos e depois começou a fazer festas no seu pêlo. O lobo continuou a rosnar, mas depois percebeu que o rapazinho não era uma ameaça. O menino foi simpatizando com o lobo e o lobo com o menino, os dois tornaram-se amigos. Agora o lobo pertencia à equipa.
De manhã, todos acordara assim que o sol nasceu, o pai, quando viu o lobo gritou: «cuidado filho, esta um lobo atrás de ti!». O menino sem preocupação explicou ao pai que o lobo era seu amigo. Passado algum tempo, a jovem reparou que a pele da criança já não estava branca, o feiticeiro, levantou-se e explicou: «A pele do menino já não está branca porque ele, ontem à noite matou um lobo, ao matar esse lobo não só provou a sua coragem como também deixou de ser inocente, já é um homem a sério!». Todos ficaram surpreendidos e depois o rapaz fez uma pergunta: «Porque não ajudaste o meu filho? E como sabes tudo isso?». O feiticeiro respondeu apenas que fizera o que devia, e que apenas quisera pôr à prova a coragem do menino. O rapaz acenou com a cabeça.
A mulher, passado algum tempo, trouxe alguma madeira. Com alguns troncos secos, tentaram construir um abrigo, pois quem se perdia na grande floresta sagrada, era raro conseguir sair, mas todos tinha esperança.

Continua...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Os reinos 17

Capítulo 17:
Todos no reino de Hadam estavam felizes, o baile estava prestes a começar: as damas com os seus belos vestidos e os cavalheiros com seus fatos elegantes. O rei com um belo traje feito à medida pelo seu alfaiate real e com a sua capa de pele favorita que lhe assentava mesmo bem. O baile ia começar.
A mulher do jovem rapaz, foi ao baile com um velho vestido que pertencera à sua bisavó, era um vestido lindo, todo em cetim e com algumas rendas. Levou para o baile a velha mulher que, também estava bonita, com uma saia comprida e com a sua mais elegante blusa azul.
Todos se divertiam na festa, que por acaso estava muito animada, com música da época e com todos a dançar com o seu par, tudo estava a correr conforme o planeado.
O rei sentado num trono a olhar para as pessoas a dançar, ordenou que chamassem a velha. Logo a trouxeram à presença do rei que a convidou para valsar, ela aceitou um pouco embaraçada, os dois dançaram e tornaram-se mais próximos.

Continua...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Os reinos 16

Capítulo 16:
A pele da criança estava cada vez mais branca. No início o feiticeiro não se tinha mostrado muito preocupado, mas o caso estava a ficar cada vez mais grave, o rapaz também estava preocupado, apenas a mulher não estava, pois sabia o que se passava com ele. O feiticeiro perguntou-lhe o que fazer e ela explicou: «Ele ainda é muito novo, por isso está a transformar-se numa criatura que só existe neste mundo, todos os que ainda são pequenos, bebés e crianças, ainda não perderam a sua inocência de sangue, por isso transformam-se numa espécie de fantasmas, para que ninguém lhes possa fazer mal, ou seja, enquanto são puros, eles não morrem. Quer dizer, o nosso menino estará completamente protegido contra todos os males.»O feiticeiro continuou preocupado, pois nunca ouvira falar de tal coisa. Mas o rapaz sossegou-o, disse-lhe para não se preocupar, pois de certeza que ela sabia o que estava a dizer, ela conhecia aquele mundo, tão bem como a palma da sua mão.
Foram buscar os sacos, a viagem finalmente ia começar, montaram a cavalo, e os quatro partiram. Avançaram por entre as montanhas, mas de repente depararam-se com uma criatura estranha, e muito assustadora, era um Gliforus, que segundo a jovem, gostava de ver guerreiros a sofrer. Todos tinham de ter cuidado, o rapaz agarrou na sua brilhante espada, era a sua espada da sorte, avançou e espetou-a nas costas do monstro. Entretanto, a jovem pegou no seu arco e começou a atirar setas ao monstro que gemia e gritava de dor, o feiticeiro, pronunciando algumas palavras, pegou num bastão. Era uma espécie de varinha mágica, mas não como nos contos de fadas que conhecemos: aquela varinha controlava as tempestades, segundo a lenda, outrora havia pertencido a um Deus, um dos mais poderosos de sempre. O feiticeiro fechou os olhos e concentrou-se: algumas nuvens apareceram no céu, sem que o monstro se apercebesse, um trovão rompeu do céu caindo sobre ele. A batalha tinha terminado, ou pelo menos era o que eles pensavam…

Continua…

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Os reinos 15

Capítulo 15:
A bela mulher estava agora num maravilhoso prado verde, o feiticeiro combinara encontrar-se ali com ela depois de ir buscar o rapaz. Ela estava ansiosa para o conhecer e queria começar a viagem que salvaria o mundo.
Entretanto, o rapaz continuava confuso, doía-lhe a cabeça de tanto pensar, estava exausto. Começou a ouvir uma voz, uma voz vinda de longe... Ao mesmo tempo, ouvia-se um bebé a chamar: «Pai! Pai! Onde estás? Pai!» O rapaz ficou aliviado, e assim que eles o encontraram, contaram o que tinha acontecido e explicaram-lhe porque estava ali.
Quando chegaram ao prado, viram a mulher. Estava agora com uma roupa diferente, tinha vestido uma armadura feminina muito bonita, e tinha agora um saco às costas com algumas flechas e um arco. O rapaz ficou algum tempo a olhar para ela, admirado, depois disse: «Não podemos levar uma mulher na nossa viagem, as mulheres são fracas! Ela não vai conseguir acompanhar-nos!» O feiticeiro não disse nada, esperou que fosse ela a dizê-lo: «Desculpa, mas eu, eu não sou fraca, já combati com muitos homens, todos venci, já lutei contra muitos exércitos, nunca mais se ouviu falar deles, já fiz muitas viagens, tão ou mais longas e difíceis que esta que vamos fazer, e sobretudo, não gosto nada quando dizem que as mulheres são fracas!» O Rapaz não respondeu, apenas olhou para ela com um ar impressionado, nunca uma mulher ou homem lhe tinha falado assim.
O bebé, que já não era um bebé, era já uma criança, tornou-se muito amigo da mulher. A jovem tratava-o muito bem, e até lhe ofereceu uma armadura e uma espada. O menino vestiu-a e pegou na espada, depois com um ar sério disse: «Vamos lá salvar o mundo!»

Continua...

domingo, 4 de outubro de 2009

Os reinos 14

Capítulo 14:
O seu corpo era agora transparente, flutuava na água como uma bola de sabão. Estava num lago. De momento sentiu-se bastante leve e confortável, mas depois, olhou o horizonte e lembrou-se da sua missão. Tentou gritar, mas nada se ouvia, apenas se ouvia o som da água a correr. Deslocando-se pelo lago, procurou o feiticeiro, mas não o conseguiu ver, procurou o seu filho, mas também não o conseguiu ver. Tentou sair da água, mas não conseguiu.
Entretanto, o feiticeiro encontrava-se numa situação parecida, o seu corpo também era transparente, mas não se encontrava a flutuar sobre um lago, mas sim sobre uma nuvem. Flutuava no ar, conseguia sentir o ar fresco e ver o bonito azul do céu. Mas, ao contrário do rapaz, sabia onde estava e também o que fazer.
O bebé é que estava maravilhado, encontrava-se num palácio de cristal, todo transparente e muito delicado. O chão era escorregadio e o bebé gatinhava sobre ele, divertindo-se a deslizar. Enquanto ele estava entretido, uma mulher entrou no quarto sem que ele se apercebesse. Sentou-se no chão e ficou a observar. Essa mulher era muito bela. Tinha uns longos cabelos loiros que lhe tapavam o corpo, estava quase nua, pois o que tinha vestido era completamente transparente. Tinha uma bonita túnica lilás que lhe dava um ar tranquilo.
O feiticeiro, sobre a nuvem, procurou algo na sua algibeira. Tirou de lá uma pequena pedra verde, depois atirou-a ao ar e ela desapareceu. O feiticeiro procurou outra pedra, esta era vermelha, atirou-a também ao ar e ela tal como a outra desapareceu. Mal atirou uma terceira pedra amarela, desapareceu, e o feiticeiro também lentamente começou a desaparecer e apareceu no palácio de cristal.
«Estás aqui meu menino», disse o feiticeiro quando encontrou o bebé. O bebé estava com uma cor estranha, o feiticeiro que conhecia aquele lugar nunca tinha visto ninguém ficar assim. O bebé estava a ficar com a pele completamente branca. O feiticeiro pegou nele e disse-lhe: «Vá, vamos procurar o teu pai! E ver o que se passa contigo.», Só quando se virou reparou na mulher. Ficou surpreendido ao vê-la, ela disse: «Lembras-te de mim?», o feiticeiro lembrava-se dela e conhecia-a já há muitos anos. Tinha realizado uma missão com ela, mas ela nunca mais quis voltar para o nosso mundo, preferiu ficar naquele mundo para sempre, e agora encontraram-se, o feiticeiro começou a enchê-la de perguntas: «Como estás? Gostas de estar neste mundo? Como está a correr a tua vida?» a mulher respondeu-lhe: «Está tudo bem, agora sou rainha deste mundo, governo usando a minha sabedoria, como tu me ensinaste. Já aprendi muito sobre este mundo, muito mesmo! E ao contrário do que eu pensava, não senti saudades do vosso mundo, mas senti saudada tuas e do resto da equipa, das nossas aventuras, e como nos divertíamos todos, de mundo em mundo!» O feiticeiro teve uma longa conversa sobre tudo isso e contou-lhe porque estava ali, ela ouviu tudo e depois ofereceu-se para os ajudar a cumprir essa missão, pois ambos os mundos corriam perigo.

Continua...

sábado, 3 de outubro de 2009

Os reinos 13

Capítulo 13:
O grande dia chegou, estava na hora de entrar no portal, todos estavam calados. Agora, a casa do feiticeiro tinha desaparecido, no meio daquela floresta, só se via a estranha mancha. O feiticeiro estava com um ar muitíssimo sério e alarmante, de seguida começou a explicar o que iria acontecer. Quebrando o silencio disse: «Já sabem quem vai, aproximem-se!» O bebé imediatamente, saltou do colo da mãe, que o largou, avançou até junto do feiticeiro e do pai. O feiticeiro continuou: «Agora, vou distribuir colares de protecção. Estes colares servem para que vocês não envelheçam, lembrem-se que cada dia dentro deste mundo, equivale a um ano no nosso mundo. Dentro deste estranho universo, não se iria notar o vosso envelhecimento, mas quando voltássemos ao nosso mundo, sairíamos com um aspecto mais velho. Nunca se esqueçam que um dia lá equivale a um ano cá.»
O rapaz e o bebé despediram-se das duas mulheres e o rapaz prometeu voltar com o seu filho.
O velho feiticeiro distribuiu os colares e depois atirou-se para o portal sem avisar e sem dizer nada. O rapaz pegou na criança e atirou-se também. As duas mulheres ficaram a observar durante algum tempo, mas depois fizeram-se à estrada, voltaram para casa.

Continua...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os Reinos 12

Capítulo 12:
Na gruta, o feiticeiro acendeu uma tocha e disse: «Agarrem-se aos ombros uns dos ouros para não se perderem». Todos obedeceram e com o feiticeiro à frente chegaram a uma sala: tinha um ar antigo e um pouco assustador. No centro tinha uma mesa redonda e cheia de pó. Sobre ela existiam bastantes velas cheias de teias de aranha. A toda a volta da sala, havia tochas que se acenderam quando eles entraram, era uma sala que fazia eco. A única coisa que se ouvia era o bebé a chorar. A mãe tentou acalmá-lo, ele calou-se e o feiticeiro disse: «Sentem-se todos e oiçam-me. Isto é um assunto extremamente importante.» Depois abriu um mapa feito à mão em cima da mesa e continuou: «Vamos em primeiro lugar decidir quem vai entrar comigo no portal.» A criança começou a ficar muito inquieta, a mãe tentou segurá-la, mas o bebé estava com uma estranha força, conseguiu saltar do colo da mãe e começou a gatinhar a uma velocidade muito estranha, nunca ninguém tinha visto um bebé daquela idade a fazer tal coisa. A mãe do bebé, teve um comportamento que não se esperava da sua parte, começou a rir e a chorar ao mesmo tempo, dizendo: «Eu tinha razão, eu já sabia que tu eras especial, eu já o dizia há muito tempo, quando tu nasceste eu disse-te!» Ninguém estava à espera e por isso todos ficaram admirados, menos o feiticeiro que já sabia de tudo. Depois do bebé acalmar, o feiticeiro continuou: «Bem, como eu estava a dizer, já escolhi quem vai comigo e quem fica. Eu quero que tu, meu rapaz, me acompanhes. Também vou levar o bebé, e não se preocupem, ele está em boas mãos.»
A velha é que não gostou muito da ideia do bebé ir, mas não disse nada, porque o feiticeiro sabia o que estava a fazer. No entanto a mãe encorajou o feiticeiro a levar o bebé.

Continua...

Os reinos 11

Capítulo 11:
O rei de Hadam não tirava da cabeça a velha que salvara, sentia que ela lhe pertencia. Para que ele a pudesse conhecer melhor, organizou uma festa, um baile, uma celebração em que todos podiam participar, pobres e ricos de todos os grandes reinos. Todos os reinos estavam bem, o que era motivo para celebrar. Convidou toda a gente, mas ordenou aos guardas que encontrassem o paradeiro da tal velhinha. Os guardas e os membros da corte começaram a achar esta história do rei e da velha muito estranha, pois o rei já não se apaixonava desde que a rainha tinha morrido num estranho acidente. Mas até ficaram contentes, porque o rei andava muito bem disposto.
Com tanta felicidade todo o povo estava bem e todos adoraram a ideia do rei.

Continua...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Os reinos 10

Capitulo 10:
«Sim, é isso. Só mais uma pitada! Isto vai funcionar mesmo bem. Eu vou conseguir…» De repente os seus pensamentos foram interrompidos, o feiticeiro sentiu um arrepio e ouviu um respirar atrás dele. Ficou parado e não respondeu, nem se assustou. Um vulto negro estava atrás dele. O velho ficou parado quase um dia inteiro, mas, ao nascer do sol do dia seguinte, acabou por falar: «Quem és tu? O que estás aqui a fazer? És um amigo ou um inimigo? Responde-me, vá!» A figura não se moveu, por isso o velho, virou-se. O resultado foi não só estranho como assustador. Não estava ninguém atrás dele, ninguém nem nada, absolutamente nada. Nem a sua cama, nem a porta, nem a mobília, nem o chão, nem a parede. Não estava nada atrás dele. De momentos o feiticeiro pensou que estava louco, mas depois compreendeu o que se passava. Aterrorizado, percebeu que o portal que tinha dentro do armário, estava aberto, e que um dos mundos paralelos que conhecia estava a comer o nosso mundo. Estava aos poucos, a fazer o nosso mundo desaparecer.
Nesse dia, o rapaz estava em casa sem fazer nada, e combinou com a mulher irem fazer uma visita ao feiticeiro. Assim, a sua mãe poderia conhecê-lo, e ele podia ajudá-la a tratar das suas doenças, pois ela já era velhinha.
Nessa mesma tarde, fizeram-se à estrada. Quando chegaram, bateram à porta de madeira mas ninguém abriu. Bateram novamente, mas, não houve qualquer sinal de vida. O rapaz, espreitou por uma janela, mas não viu o feiticeiro. Viu apenas o nada, tudo dentro da casa, era uma mancha negra, parecia o céu à noite, mas sem estrelas. Era um espectáculo estranhíssimo, mas fascinante. O rapaz estava hipnotizado, mas a sua mãe desfez o transe: «O que foi? Ele está aí?» O rapaz, sem olhar para a mãe disse: «Ele não está em casa.» Ela não se convenceu, e espreitou pela janela. Quando ela viu o que se passava, algo lhe pareceu familiar. Não era a primeira vez que ela via uma coisa assim. Entrou em transe, e avançou até à porta. O rapaz seguiu-a, depois afastou-a do buraco escuro e desfez o transe, eles tinham que voltar para casa e o rapaz precisava de ver o que se passava e de salvar o seu amigo.
O rapaz trouxe a velha para junto da mulher e do filho e disse: «Vou lá ver o que se passa e vou buscar o meu melhor amigo, eu não o posso perder!» O rapaz, mal ditas estas palavras, nem parou para ouvir mais, avançou pela porta. De súbito, viu o feiticeiro encostado a uma parede, cercado pela estranha substância. O rapaz agarrou numa corda que trazia atada a cintura e com ela alcançou o feiticeiro que levou para o exterior da casa. De seguida o velho virou-se muito inquieto: «Obrigado, podias ter morrido, mas arriscaste a vida por mim, como é que eu te posso agradecer?» O rapaz não respondeu, mas depois de recuperar o folgo, olhou para a cara do feiticeiro e disse-lhe apenas: «Amor com amor se paga, como tu me ajudastes eu também te ajudei. Nós somos amigos!» Logo os dois se abraçaram.
O feiticeiro levou todos para uma clareira, para a tal gruta a fim de combinarem um plano para avançar pelo portal e salvar o nosso universo, o nosso planeta, o nosso mundo. Nada podia falhar.

Continua...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Os reinos 9

Capítulo 9:
«Meu rapaz, já tens a tua mulher, o teu filho, a tua família. Já estás saudável e eu já te dei tudo o que te podia dar. Tens aqui um mapa para poderes ir para casa, e para me poderes vir visitar sempre que quiseres. Eu vou estar aqui! Mas está na hora de ires para casa.» O feiticeiro disse isto, o rapaz deu-lhe um abraço e despediu-se.
Já em casa com a mulher, o jovem, foi para o seu quarto. Tinha lá um diário que era da sua mãe. O diário estava em cima de uma tábua que servia de mesa. Ele, assim que entrou no quarto viu-o e chamou-lhe logo a atenção. Assim que ele o abriu, lembrou-se da sua mãe. Nesse diário, procurou as informações sobre ela e sobre o sítio onde ela vivia. Mal soube começou a lembrar-se de muito mais coisas.
Foi ter com a mulher e disse-lhe que tinha de ir ter com a mãe que devia estar preocupadíssima. A jovem mulher disse-lhe que ficava em casa a tratar do filho e que ele podia ir.
O rapaz levou o mapa que o seu amigo lhe tinha dado e fez-se à estrada. Só chegou ao reino de Hadam no dia seguinte. Bateu à porta da casa onde a sua mãe trabalhava, e perguntou-lhes onde estava ela. Mas eles olharam com um ar sério para ele e disseram-lhe: «Ela já não trabalha aqui meu jovem. Mas quando ela se foi embora parecia perturbada!» o rapaz agradeceu a informação e com um ar preocupado, foi procurá-la.
Caminhou pela vila, procurou em todas as tabernas e em todos os lugares de auxílio, mas não a encontrou. Preocupado, sentou-se perto do palácio. Era bonito, e ele gostava de o observar. O palácio do rei era alto, tinha torres, ameias, janelas e portas decoradas, tinha um magnífico jardim que era tratado por uma equipa de jardineiros, e tinha estátuas esculpidas à mão muito bem trabalhadas. Era muito diferente do palácio do rei do reino de Edren. Os dois eram bonitos, mas de maneiras diferentes.
De repente, os guardas do rei abrem as portas, e, para surpresa de todos, sai uma velha. O rapaz sentiu o coração a bater com força, era a sua mãe. Ela, quando o vê, corre para ele, e os dois abraçam-se. Sentaram-se, e tiveram uma longa conversa. O jovem, explicou tudo à sua mãe, e ela ouviu tudo, sobre o feiticeiro, e sobre a guerra, sobre a memória, e sobre a sua mulher. No final, ela também lhe contou como chegara até ali. E o rapaz convidou a velha para ir viver com ele, com a sua mulher e com o seu filho. A mulher aceitou, e os dois foram para casa.

Continua...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Os reinos 8

Capítulo 8:
A velha, caída no chão, começou a acordar. Quando acordou, tinham-lhe roubado a carteira. Desesperada, cansada, dorida e cheia de fome, ela estava a morrer, ainda por cima já não tinha dinheiro. Estava perdida e assustada, não tinha nada nem ninguém. A velha estava tão deprimida que se desfez em lágrimas. Sentou-se, estava prestes a gritar, ou a pedir socorro, mas não conseguia. Estava cansada demais. Por momentos achou que viu a morte mas depois voltou a cair redonda no chão.
O rei de Hadam estava muito feliz, tal como o seu povo que agora, o adorava. Tinha recuperado as suas terras, tal como todos os outros reinos, e já não estava preocupado com o seu irmão, pois a noticia sobre a cura do feiticeiro, espalhou-se muito depressa. Para celebrar os tempos de paz que aí viriam, o rei foi passear pelo campo, no seu coche real. Pelo caminho o rei olhava pela janela, pensado em como poderia ser um rei ainda melhor, mas os seus pensamentos foram interrompidos: assustou-se porque viu uma mulher de idade caída no chão. Ordenou que parassem o coche, saiu lá de dentro e logo correu a ajudar a mulher. Não era uma acção muito típica do rei, mas aquela mulher tinha qualquer coisa que lhe parecia especial, tinha um brilho diferente. Ordenou aos guardas que pegassem nela e que a levassem para o palácio. Os guardas estranharam, mas tiveram de obedecer.
Quando a mulher acordou estava deitada numa cama toda banhada em ouro, num enorme e confortável quarto. Não estava sozinha, estava lá um homem com o cabelo loiro e com os olhos verdes como o mar, a olhar para ela. Dois criados trouxeram-lhe comida, ela comeu um pouco e depois perguntou: «Onde estou? Quem é o senhor? o que estou a fazer aqui?». O homem respondeu baixinho e com uma voz calma. «Eu sou médico, e estou a tratar de si. Não se preocupe, você só precisa de descansar, foi o rei que a ajudou!». A mulher pareceu surpreendida, depois olhou para o rapaz e pediu-lhe para dizer ao rei que estava muito agradecida. O jovem médico disse-lhe que ela própria ia ter hipóteses de lhe agradecer pessoalmente. A velha acenou com a cabeça e disse-lhe que assim que fosse possível, ela queria falar com o rei.
O rei entrou no quarto onde a velha estava, tinha adormecido. O médico que estava ao lado da cama sentado numa cadeira forrado com um tecido muito bonito, disse ao rei que ela já não precisava de cuidados médicos e que ela queria falar com ele. O rei ficou surpreendido e ordenou ao médico que saisse do quarto. O médico obedeceu e o rei ficou sozinho com a velha. O rei aproximou-se da cama com um ar sério e depois disse-lhe num tom de voz grave: «Acorda, quero falar contigo. Acorda, depressa!». A mulher abriu os olhos e depois olhou fixamente para ele, depois exclamou com alívio: «Vossa majestade, já me sinto melhor, gostava de ter a honra de lhe dizer como me sinto grata, muito obrigada, muito obrigada! Você é um bom homem. Mas gostava de lhe dizer uma coisa muito importante para mim…». O rei ficou um pouco preocupado e depois perguntou-lhe o que é que ela lhe queria dizer, ela respondeu de seguida: «Eu tenho, aliás tinha, um filho que me ia visitar todos os meses e…desde que houve a guerra, ele nunca mais veio. Desde aquela guerra que nos causou tanta miséria, ele nunca mais veio. Eu acho que ele morreu, e estou sozinha, não tenho família, não tenho casa, não tenho dinheiro nem maneira de viver, mas queria ir procurar o meu filho!».

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Os reinos 7

Capítulo 7:
A jovem mulher do reino de Edren, estava a passear pelo campo com o seu filho, com o tal bebé que nascera numa cabana. Enquanto passeava, apreciava a paisagem, mas, pelo caminho encontrou uma mulher velha caída no chão. A velha estava desmaiada, por isso a jovem mulher, correu com o filho nos braços para pedir ajuda.
Quando a mulher chegou à cidade, ninguém queria ajudá-la, por isso a mulher apanhou uma carroça de melões que estava a passar e dirigiu-se para o local onde se encontrava uma pequena igreja. Mas, como não costumava ir para essa zona, perdeu-se.
Entretanto o feiticeiro estava a ajudar o rapaz a recuperar a memória. Ao falar com ele descobriu que ele vivia em Edren e que por isso devia lá ter uma família. Ele disse ao jovem: «Para descobrirmos mais, eu vou fazer-te um teste. Não só te ajudará a recuperar a memória, como também a descobrires mais sobre ti. O primeiro passo será em pequeno labirinto na tua cabeça, eu vou entrar no teu subconsciente e recuperar as tuas memórias. Para que isto funcione, pois o teu subconsciente só durará meia hora até voltares a perder as memórias, terás de vir comigo à cidade do teu reino. Vamos começar! E não te esqueças que só tens meia hora para chegar a tua casa, depois as memórias iram desaparecer, mas não te preocupes, vais recuperá-las aos poucos e poucos.»O rapaz acenou com a cabeça e pediu para começar. Mas o velho disse-lhe que para isso era preciso ele dormir. O rapaz deitou-se mas não conseguiu dormir por isso, o velho deu-lhe um copo com liquido muito expeço e com uma cor alaranjado. O rapaz bebeu e logo dormiu. O velho pegou numa pena e numa folha de papel, depois colocou o papel em cima do peito, e depois da cabeça escrevendo e desenhando estranhos caracteres quase impossíveis de perceber. O rapaz entrou em transe e velho só teve de o seguir. O velho reparou que uma mulher bonita e jovem se encontrava no chão, estava sentada e tinha uma criança nos braços. Ele ficou distraído e ficou a observar durante algum tempo. O jovem também viu a mulher, ele tinha as memórias, por isso sabia quem era a linda jovem, era a sua mulher. E aquele bebé era o seu filho. O jovem contou tudo isto ao feiticeiro e depois os dois ficaram a observar.
O rapaz entrou primeiro e a mulher quando o viu pensou que ele era um fantasma. O rapaz abraçou-a e contou-lhe a história toda, sobre ter perdido a memória, e sobre o feiticeiro. A mulher ai percebeu que não era um fantasma e chorou abraçada a ele. Ele disse-lhe que queria apresentar-lhe o tal feiticeiro e o feiticeiro saio do arbusto e disse: «Saudações, bela jovem. Eu sou um feiticeiro, vivo aqui perto e posso ajuda-la, tenho aqui leite em casa, o bebé parece ter fome!» a mulher agradeceu, não só a simpatia do velho como também por ter cuidado do seu marido. Todos foram para casa, mas a meia hora passou, e o rapaz ficou outra vez sem memória. O velho explicou tudo à mulher, e o rapaz que estava ali sentado ouviu a conversa, depois ouve uma pausa, um silêncio de cortar a respiração. O rapaz cobrou o silêncio e disse com um sorriso: «Esta bela e maravilha jovem é a minha mulher, eu lembro-me dela, assim que vi a cara dela lembrei-me de muita coisa, da minha casa, do meu filho que é tão bonito, e de como éramos pobres e tínhamos uma vida difícil. Lembrei-me da guerra e agora percebo que foi nessa guerra que perdi a memoria!»

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domingo, 27 de setembro de 2009

Os reinos 6

Capítulo 6:
O feiticeiro que era vidente percebeu o que se passava. O jovem que já estava curado, mas que ainda não tinha a memória, perguntou o que se passava, mas o feiticeiro não respondeu. Correu para a cozinha e preparou uma poção para ao rei, depois pô-la dentro de um cantil e disse ao rapaz para ele não sair da cabana, acrescentando ainda que não ia demorar e que tinha de ir tratar de um assunto urgente. O rapaz fazia perguntas mas ele não respondia, por isso, quando o velho saiu, o rapaz foi atrás dele. Seguiu-o até a uma clareira onde o velho se meteu, e depois viu-o entrar para uma gruta onde reparou que estava muito fumo. Quando o fumo desapareceu não havia sinais do feiticeiro, que desapareceu. O rapaz voltou para a cabana e ficou a pensar no feiticeiro. Entretanto o velho chegou ao palácio onde estava o rei de Edren e disse aos guardas que queria ir falar com o rei, mas eles disseram-lhe que não. O feiticeiro insistiu dizendo. «Eu sou feiticeiro, conheço a cura para tudo, trago aqui um remédio que preparei, mal soube o que se passava vim logo a correr para o salvar. Se não me deixarem entrar, ele vai acabar por morrer, eu ao longo de muitos anos sempre curei muitas pessoas e tenho muita experiência.» Os guardas olharam um para o outro e disseram-lhe que um deles o ia acompanhar até à sala onde estava o rei, mas que se ele não o conseguisse curar, seria condenado à morte. O velho aceitou as condições. Quando o feiticeiro entrou no quarto, o rei estava inconsciente, o guarda ficou a vigiar, o velho destapou-o e disse algumas palavras estranhas, depois com o cantil, deitou algum líquido na cabeça do rei, ele começou a acordar. Depois o velho pronunciou mais algumas palavras, muito baixinho. Parecia que estava a cantar e, à medida que cantava, o rei ficava com melhor aspecto. O rei acordou e as primeiras palavras que disse foram: «Obrigado, muito obrigado!» E assim foi, o feiticeiro conseguiu curar o rei. O guarda admirado, foi espalhar a notícia e o feiticeiro fez uma pausa, olhou para o rei e disse: «De nada!». No dia seguinte o rei pediu ao feiticeiro para ser o seu médico real, mas ele não aceitou, apenas disse que sempre que a ajuda fosse necessária, a ajuda viria. O velho só voltou para casa nesse dia e o rapaz encheu-o de perguntas e aí ele respondeu a todas. O rapaz disse-lhe que queria saber quem era e que também queria saber mais sobre a sua família e sobre as suas origens, mas o velho feiticeiro disse-lhe que não sabia e que estava tudo na cabeça dele, ele só tinha de recuperar a memória.

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sábado, 26 de setembro de 2009

Os reinos 5

Capítulo 5:
O rei de Edren estava muito feliz, tinha conseguido conquistar as terras agrícolas de todos os reinos, dos sete grandes reinos.
Agora ele só tinha de negociar os produtos para enriquecer.
Entretanto o rei de Hadam teve uma ideia, convocou todos os reis dos outros reinos que estavam a sofrer tanto como ele próprio e disse-lhes com um ar sério. «Reunimo-nos todos aqui para falarmos sobre os nossos problemas. Nós temos um problema em comum, o meu irmão, também conhecido por rei de Edren…» assim que o rei pronunciou estas palavras, os reis sentiram uma pressão.
«…Mas tive uma ideia que penso que poderá solucionar o nosso problema: eu acho que se juntarmos os nossos exércitos formando um só exército, poderemos vencer o nosso inimigo, vamos fazer uma grande aliança, e preparar os nossos soldados e guerreiros!» Todos os reis concordaram, e assim foi.
As espadas brilhavam ao sol, a guerra estava prestes a começar, o rei de Edren, nem imaginava o que estava a acontecer entre os reis dos sete reinos. Quando descobriu, ficou furioso. A sua expressão era a representação da raiva pura, a sua cara vermelha, simbolizava o demónio.
Ele mandou imediatamente todos os homens do reino irem para a guerra, foram distribuídas armas, mas como a pressa é inimiga da perfeição, não correu muito bem, os homens não estavam prontos para a guerra.
O exército dos sete reis estava muito forte e por isso acabou por vencer.
O rei de Edren, com os nervos, teve um ataque e desmaiou logo após a guerra. O rei de Hadam, preocupado com o seu irmão procurou ajuda.

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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os reinos 4

Capítulo 4:
«Socorro! Socorro!» Ouviu-se um homem a gritar, era um homem novo, muito musculado, atlético, bonito e alto, estava ferido e com um ar doente, encontrava-se num campo de batalha, no local onde tinha ocorrido a guerra, mas não sabia porquê. «O que estou aqui a fazer? Está aí alguém?» Mal ditas estas palavras, surgiu um homem de uma sombra: era um homem velho com o cabelo grisalho e com uma longa barba, estava coberto por um manto branco e transparente, e tinha vestida uma túnica também branca.
O velho disse-lhe «Saudações meu amigo! Estás com má cara, tens algum problema?» O rapaz não lhe respondeu, por isso o velho continuou. «Eu sei que não me conheces, mas estás muito fraco, vais ter de confiar em mim, sou a tua única esperança! Isto é, se queres sobreviver vais ter de vir comigo, eu posso tratar-te. Sou feiticeiro e conheço os mais variados remédios!» O homem disse isto com uma cara tão séria que convenceu o jovem rapaz.
Os dois avançaram pela estrada mas, o rapaz estava muito fraco, por isso houve várias paragens. Pelo caminho, o feiticeiro foi percebendo que o homem não tinha memória e que estava completamente perdido. O jovem rapaz foi simpatizando com o velho feiticeiro e os dois tornaram-se amigos.
Quando chegaram a casa do velho, o rapaz sentiu-se muito confortável, era uma casa humilde, mas bonita. Só tinha três divisões, uma casa de banho, uma cozinha, e um quarto que de dia servia de sala. Nesse quarto havia um cadeirão, uma cama, uma mesa-de-cabeceira que servia de secretária e em cima dessa mesa estava um livro aberto e alguns apontamentos. O feiticeiro disse-lhe para se pôr à vontade e para se deitar na cama e tentar descansar. Ele obedeceu e assim que se deitou adormeceu. Enquanto ele dormia o feiticeiro saiu do quarto e foi preparar uma mistela que depois colocou numa tigela e levou ao quarto. Sentou-se num velho banco de madeira e espalhou o líquido sobre o peito e os braços feridos do jovem. Depois sentou-se no cadeirão e fechou os olhos, mas não dormiu, concentrou-se nos seus pensamentos.

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Os reinos 3

Capitulo 3:
«Temos fome! Temos fome! Temos fome!». Assim eram as manhãs do pobre rei que acordava sempre com os gritos de revolta das pessoas que estavam desesperadas, e continuavam a gritar, os trabalhadores recusavam-se a trabalhar o que ainda piorava tudo, ninguém trabalhava, todos se revoltavam, o reino estava em crise total.
Apenas uma mulher não se revoltava, era uma mulher velha e muito pobre, uma criada que trabalhava em troca de comida e dormida, não dava muita despesa aos amos, mas trabalhava muito. As condições em que dormia não eram as melhores, mas também não eram más, lá ia vivendo. Ela não se revoltou porque estava em estado de choque, ela tinha um filho que vivia em Edren e que costumava ir visitá-la às escondidas, mas ele nesse dia não a veio visitar. Como ela sabia que ele tinha ido para a guerra, ficou a pensar que ele tinha morrido e, por isso, ficou muito triste, desleixou-se das suas tarefas e trancou-se no quarto. Como ela deixou de trabalhar, os patrões despediram-na, mas a sua patroa, deu-lhe algum dinheiro, às escondidas do seu marido. Porque no fundo ela era boa pessoa.
A velha agradeceu tudo e fez-se à estrada, caminhou durante alguns dias, mas como já era velhinha, pelo caminho sentiu-se mal e desmaiou.

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Os reinos 2

Capítulo 2:
Numa pequena cabana, como todas as outras cabanas do reino de Edren, (apesar do reino ser rico, também haviam pobres), estava uma jovem mulher a dar à luz. Estava a gritar de dor, não só por causa da criança, como porque acabara de saber as más noticias em relação ao seu marido e à guerra. Ela não sabia como ia criar um filho sozinha, sem pai e sem ajuda alguma. Quando o filho nasceu, ela estava cansada mas aliviada, pegou na criança e disse-lhe baixinho: «Não te preocupes, eu vou tratar bem de ti! Eu sinto que tu és especial, e sei que serás tu o grande guerreiro que vai ser capaz de salvar o mundo, o nosso mundo. Aqui no reino de Edren, estamos sempre em guerra, não paramos enquanto não conquistarmos tudo e todos, mas para que nos sujeitamos a perder soldados e guerreiros, bons guerreiros que perdem a vida a lutar pela sua terra. O teu pai, era um desses guerreiros, não te esqueças!». A criança, estava a chorar, mas assim que ouviu a palavra «guerreiro», calou-se e sorriu. A sua mãe estava tão cansada que adormeceu profundamente, o menino também adormeceu.

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Os reinos 1

Capitulo 1:
Há muitos, muitos anos atrás, no tempo dos Reis e das princesas, num pequeno reino situado numa serra estava a decorrer uma violenta guerra. Ouviam-se gritos e gemidos, no chão viam-se corpos de mortos, feridos e fracos. O som das espadas e dos cavalos, era muito perturbante e ao mesmo tempo assustador. Esta batalha estava a decorrer, porque o terreno em volta da serra era muito bom, dava boas colheitas, mas não chegava para a população dos dois reinos.
O reino de Hadam era um reino pequeno e fraco, mas, tinha uma boa equipa no exército, no entanto, o reino de Edren, era forte e rico, tinha muitas terras e um exército enorme e poderoso. Com tenta desvantagem para o reino de Hadam, o exército de Edren acabou por vencer.
Agora o povo do nosso reino encontrava-se em perigo, o preço dos alimentos subiu e as pessoas não tinham dinheiro para os comprar. O povo de Hadam estava a morrer à fome.
Desesperado, o rei dava voltas à cabeça, o seu irmão tinha-lhe roubado as terras e o seu reino estava a passar fome. O rei bem tentou importar comida de outros reinos, mas todos tinham sido roubados pelo reino de Edren. Todos os reinos tinham perdido as suas terras, e por isso todos os Reis estavam desesperados por comida.

Continua...

sábado, 19 de setembro de 2009

Uma casa de sonho

Neste texto pretendo explicar como seria a casa em que eu gostava de viver. Vou tentar transmitir a imagem da casa dos meus sonhos. Vou convidar-vos a entrar na minha casa. Em relação ao aspecto geral da casa tenho que dizer que não é uma casa muito cêntrica, é uma casa muitíssimo simples e modesta. A casa é feita com pedras, e por fora é pintada de branco. A porta e as janelas são de madeira e o telhado é arredondado. Todo ele feito a partir de pedras. É uma casa muito pequena para uma só pessoa viver. Em volta da casa há um jardim lindíssimo, tem um pequeno riacho, tem pedras a enfeitar, tem muitas flores e árvores de diferentes espécies, e tem também bonitos arbustos floridos. É um quintal pequeno, bonito, calmo, mas muitíssimo luminoso.
O interior da casa é claro, pois a casa está cheia de janelas de vidro, deixando entrar muita luz natural em casa. As janelas estão sempre abertas, quer de noite quer de dia. A sala da casa é muito confortável e tem um ar muito natural e fresco.
É pequena, tem as paredes pintadas com verde-claro e tem pouca mobília. Tem apenas um sofá branco, uma mesa redonda, algumas cadeiras de madeira. Sobre a mesa há uma toalha branca e uma cesta com alguma fruta. Há também, pendurado no tecto um bonito candeeiro transparente, que quase nunca estava ligado e que trabalhava com lâmpadas eco. Não há computador nem televisão.

O quarto está pintado de azul, tal como o céu, é um quarto que simboliza a paz e a harmonia. Dentro dele há apenas uma cama de madeira, uma cadeira a condizer, nas janelas há uma curtinha transparente também azul, uma secretária de vidro muito sofisticada, um par de jarras de porcelana a enfeitar, uma prateleira com livros e um espelho.

A cozinha e também pequena, tem um ar muito limpo e brilhante, tem um balcão de pedra, alguns armários de madeira, um frigorifico branco eco, uma mesa de madeira com duas cadeiras. E tal como a mesa da sala, tem uma cesta com frutos. É uma cozinha branca, com algumas estruturas de madeira.
A casa de banho e toda com tos de lilás e com azulejos também lilases e brancos. Muito clara transparente e pura, tem aquilo que uma casa de banho costuma ter. Dentro do armário os produtos são todos naturais, os sabonetes feitos à mão, com ervas aromáticas, tudo é muito puro.
Em geral a casa costuma cheirar a incenso, e costuma também ter quase sempre o rádio ligado a tocar musica jazz. É uma casa de sonho!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A menina feliz

Era uma vez uma menina muito pequenina que vivia com a avó numa vivenda muito bonita com quintal. O quintal era grande, luminoso, tinha lindas flores e tinha muitas árvores. Numa palavra, era um quintal verde. A casa era branca e tinha algumas partes de madeira. Por dentro a casa era toda forrada com papel de parede bege, ou rosa velho. A cozinha era grande e muito simples, mas estava cheia de artigos interessantes, a sala era pequena e também muito simples, aliás, toda a casa era simples mas muito calma e bonita. Os quartos de dormir eram enfeitados com lindos candeeiros e tinham apenas uma cama, uma mesa-de-cabeceira, alguns brinquedos antigos e um tapete. Quase toda a casa estava decorada com plantas e flores que tanto a avó como a menina adoravam. A menina pequenina, desde que nascera que era criada naquele ambiente, por isso estava habituada a tudo: ao jardim, à avó, à casa, ao gato da avó (Garfield), e até tinha dado nomes a algumas flores. A menina gostava muito de estar no jardim da avó a falar com as árvores, mas especialmente a andar num velho baloiço de madeira pintado de branco e de azul. Passava lá horas, e enquanto a avó estava na sala a tricotar, sentada na sua cadeira de baloiço, ouvia as conversas da menina com as árvores, e dizia baixinho para si mesma: «Ela é igualzinha a mim!». A relação entre a menina e a avó era boa. Davam-se as duas muito bem, às vezes a menina até ajudava a avó a preparar um bolo. Eram grandes amigas. A menina às vezes brincava com a avó no quintal. As duas jogavam às cartas e andavam no baloiço da menina. Ambas eram felizes juntas. Em relação ao Garfield, não há muito a dizer: era um gato gordo, malhado, e tinha o pêlo muito macio. Era simpático, preguiçoso e muito mansinho. A menina adorava-o, mas a avó tinha uma paixão pelo Garfield, considerava-o o melhor gato do mundo e passava algum tempo a tratar dele. O gato também gostava das duas, tanto da avó como da menina. Um dia quando a menina estava no jardim, começou a pensar na vida e para as suas amigas árvores disse: «Sou tão feliz!»

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Os meus pensamentos

Quando eu penso nos tempos passados, acabo por me perder no meu mundo. Apesar de o mundo ser meu, não o conheço todo. Dou voltas e voltas nos pensamentos que se enrolam noutros assuntos e que crescem, e chego a conclusões profundas sobre o mundo, sobre o tempo, sobre a vida, sobre mim.
Vagueio sozinha pelo meu mundo em busca de uma coisa que sinto ser muito importante, mas que não sei qual é. Perco-me ente caminhos e divisões dos meus pensamentos. Sinto que tudo faz sentido, mas depende, é muito difícil de explicar, há tanto para explicar, e tudo tão difícil. Pode parecer que sou louca, que não sei o que digo, mas só para mim faz sentido. Sinto-me à vontade, sinto-me feliz quando olho para as árvores, para o céu. Dá-me vontade de viajar até aos meus pensamentos, onde viajo no tempo e no espaço. Divirto-me nos lugares que invento e que imagino. São lugares que criei para me sentir bem e feliz.
Todos os dias descubro novos lugares que exploro. Por exemplo, gosto de ir a uma casa que eu inventei, uma casa toda transparente, cheia de luz, uma casa muito calma e ao mesmo tempo muito bonita. Também gosto de ir a um jardim muito luminoso e colorido. Um jardim relaxante onde penso.
E é assim que sou, os meus pensamentos são assim.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Terá sido um sonho???

Era uma vez um rapaz. Estava aborrecido porque estava a chover e ele só queria ir brincar para o jardim. Sentado perto de uma janela observando a chuva a bater no vidro.
De repente a chuva desapareceu, mostrava-se agora um bonito Sol e o céu era agora azul e não aquela tempestade cinzenta. Na janela existia agora um cortinado vermelho, igualzinho ao da avó Petunia. O chão era feito de mármore, branco e brilhante como se a mulher-a-dias, a D. Maria, tive-se acabado de limpar. Havia um estranho cheiro a mar e ouviam-se o som de pequenas ondas a bater na areia dourada e macia da praia. Tudo isto o recordara das férias que tinha tido o ano passado na casa da sua avó.
Com a excitação de ir brincar no jardim saltou da janela mas não viu as plantas habituais da sua mãe. Em vez disso estava numa praia, lembrava-se daquele dia e daquela praia como se tivesse sido ontem. O nome daquele lugar cheio de recordações era: Praia das Abóboras, o sitio onde tinha passado o Verão do ano passado com a avó.
Foi até à beira do mar e, dai caminhou ao longo das ondas que batiam calmamente nos seus pés. Avistou algumas abóboras na água e outras quantas sobre a areia. As abóboras tinham vida, caminhavam, falavam entre si e até brincavam juntas.
O rapaz curioso aproximou-se das estranhas criaturas mas estas ao verem-no ficaram muito zangadas e por isso atiraram-se a ele. O rapaz rebolou na areia quase inconsciente. Sentiu tudo recuar e viu, não sabendo se sonhando, o rosto da sua avó a sorrir para ele.
Quando acordou estava novamente em casa sentado ao pé da janela, continuava a chover e os cortinados vermelhos tinham desaparecido. Pensou que tinha estado a sonhar mas o seu cabelo estava coberto de areia e ele perguntou a si próprio: terá sido um sonho???

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A minha árvore linda

Um dia eu plantei uma semente. Os dias passavam e a sementinha começou a desabrochar. Um pequeno fiozinho brilhante e verde-claro começou a sair da terra. Fiquei muito contente, e todos os dias ia até lá, regar a minha planta. O tempo foi passando, e a plantinha transformou-se numa jovem árvore. Era uma árvore linda, tão linda como todas as outras árvores, mas a minha amiga tinha uma luz diferente das outras, era uma luz tão brilhante que fazia concorrência às estrelas. Não tinha nada que as outras árvores em volta não tivessem, excepto a sua luz, mas eu era como se fosse sua mãe, fui eu quem a criou, por isso, para mim, era a mais linda de todas. O seu tronco era como um delicado corpo de mulher, e os seus ramos eram como braços, e as suas folhas, verdes e brilhantes, eram como cabelos, longos cabelos, iguais aos da mãe natureza. Eu, como podem imaginar, estava muito orgulhosa da minha árvore, ela tinha desabrochado uma flor, uma flor branca, tão bonita e delicada que dava vontade de cantar só de olhar para ela. Um dia quando estava a observar a flor sentada num dos ramos da árvore, ouvi um pássaro a piar e a cantar, a flor devia-o ter enfeitiçado. Olhei para cima e vi um ninho num dos ramos mais altos, e nesse ramo estava uma flor tão linda como a primeira. Nem reparei na flor com muita atenção porque dentro do ninho, estava a nascer um passarinho bebé. A casca já estava a rachar e via-se agora um pequeno bico amarelo, a espreitar por um buraco do ovo. Ouviu-se o som do passarinho a cantar, e a esforçar-se para sair daquela casca que o prendia. De repente, a casca branca do ovo partiu-se e, o passarinho nasceu. Eu assisti a tudo e, quando dei por mim estava a chorar, estava a chorar de felicidade. Eu tinha acabado de assistir a um dos grandes milagres da vida, e o melhor de tudo, é que o nascimento do passarinho aconteceu num dos ramos da minha árvore, que era como uma filha para mim, logo, o passarinho era meu neto. Nesse dia, não voltei para casa, dormi ali mesmo, passei a noite ao lado da minha árvore linda, as ver as estrelas. Enquanto olhava para o céu, contava-lhe histórias e ela respondia-me com o som do vento a passar pelas folhas. Eu, apesar de ser noite e de estar no meio de uma floresta escura, não senti medo, pois tinha ao pé de mim a minha bela amiga, um passarinho lindo e a natureza. A natureza nunca me fará mal, porque eu também não lhe faço mal nenhum, pelo contrário, eu defendo-a e respeito-a. De manha acordei muito bem disposta, mas, apesar de não me querer ir embora, tive de voltar para casa. O tempo foi passando, mas eu nunca passei um dia sem ir ter com a minha árvore linda. Reparei que algo se passava, a flor estava a dar fruto. Fiquei muito feliz e agradeci à minha arvorezinha. Haviam pessoas que achavam que eu era maluca, porque falava com árvores, pássaros, flores e animais. Mas eu nunca lhes liguei nenhuma. Eu era muito mais feliz do que muitas dessas pessoas, isso de certeza. Num dia de chuva, em plena Primavera, eram as chuvas primaveris, eu voltei para ver a minha árvore, não era por estar a chover que eu ia deixar a minha árvore sozinha. Mas nesse dia eu estava triste, e como eu chorei, ela também chorou, eu chorei lágrimas e ela chorou orvalho. O passarinho é que nos animou, começou a cantar, e eu reparei como tinha crescido, e como a árvore estava bonita, e como o nascer do sol era tão belo, e como o som do vento nos ramos era tão calmo, e como a chuva miudinha era refrescante. Quando subi à árvore, o fruto não estava lá, o vento tinha-o feito cair. Desci da árvore e apanhei-o. Quando voltei a subir, trinquei o fruto, e cada dentada, era como um mar de delícia, senti que tudo estava perfeito porque estava com o passarinho, com a minha árvore linda e com aquele fruto maravilhoso que era um prazer que não se acabava nunca, nunca, nunca…

domingo, 13 de setembro de 2009

Era uma ilha

Era uma ilha, uma ilha tão pequena que pode caber dentro de uma pessoa, e essa pessoa sou eu, uma ilha onde nunca nenhum ser humano tocara antes, uma ilha alegre, onde o dia nasce cheio de luz e, à hora crepuscular, o sol afunda-se num mar azul e brilhante. Era uma ilha onde as tardes de Verão são belas mas quentes. Nessa ilha, observo as estrelas durante a noite, é um espectáculo que ninguém me pode tirar; observar as estrelas é como observar pequenos pontos de luz na escuridão. E quando olho para o céu, é como olhar para o infinito, para um lugar distante. É nessa ilha que muitas vezes estou, quando andam à minha procura e não me encontram, é lá que estou. Não sei exactamente a sua localização, mas, quando quero fugir de tudo e de todos, apareço nessa ilha, e os meus problemas desaparecem, adoro estar nessa ilha, pois foi o lugar que criei para sonhar e estar. Era uma ilha tão pequena que cabe dentro de mim.
Era uma ilha, uma ilha tão grande que eu não caibo lá, uma ilha cinzenta, onde vivem muitas pessoas, uma ilha barulhenta, escura, artificial, contaminada, e fria. Cheia de casas, prédios, carros, fábricas, e lixeiras, um lugar repugnante, e triste, onde quase não existe Natureza e onde reina a desordem. Nessa ilha, não há árvores, os rios estão poluídos, e o mar está contaminado, cheio de lixo e de produtos tóxicos. Nesta ilha reina o desperdício e o consumo exagerado, um sítio triste, onde não há sorrisos nem crianças alegres. Dessa ilha não gosto, pois não tem aquilo que mais adoro, não tem Natureza. Foi a metáfora que criei, sobre as coisas que considero más do mundo. Era uma ilha tão grande que eu nunca poderei lá caber.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Como uma ave de rapina

Eu gostava de ser uma ave, daquelas grandes que voam tão alto que quase tocam no sol. Daquelas grandes que dominam os céus. Eu gostava de ser uma ave de rapina.
Como a poderosa e bela Águia, de chamas nos olhos, penas douradas e garras afdiadas. Eu gostáva de ser como a Águia, obsservar a paisagem e dominá-la apenas com o olhar. Eu gostava de ser uma ave, daquelas grandes que voam tãm alto que quase tocam no sol. Daquelas grandes que dominam os céus. Eu gostava de ser uma ave de rapina.
Como o grande e luminoso falcão, de bico e garras brilhantes e afiadas como a espada de um príncepe. O sábio e astuto falcão que quando abre as asas ilumina toda a paisagem e me enche de alegria. Eu gostava de ser como o falcão. Eu gostava de ser uma ave, daquelas grandes que dominam os céus. Eu gostava de ser uma ave de rapina.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Discurso pelo mundo

Senhoras e senhores
Gostaria que soubessem aquilo que penso em relação ao estado do Planeta e aquilo que nós, os humanos, estamos a fazer ao planeta em que vivemos.
O Homem, ao longo de muitos séculos sempre afirmou ser o animal mais inteligente, um animal racional, mas, pelo que a humanidade tem demonstrado, o Homem deveria ser considerado o menos inteligente. Afirmo isto porque, apesar do Homem saber e de ter consciência dos seus actos, continua a fazer tudo como se nada fosse e sem pensar nas consequências.
As pessoas consomem cada vez mais, muitas vezes sem necessidade, quando afinal deveriam consumir apenas quando fosse necessário.
A humanidade já desequilibrou o ecossistema que é o mundo, agora, a única coisa que podíamos fazer, era tentar não o desequilibrar mais e esperar que a Natureza voltasse a equilibrá-lo. Mas para isso, era necessário que as pessoas abdicassem de muitos confortos e vantagens, que infelizmente não querem abdicar. Não estão dispostas a fazer esse sacrifício pelo Planeta Terra.
Estou a alertar todas as pessoas possíveis para que a situação não se agrave, mas infelizmente não é apenas uma pessoa que vai conseguir mudar a forma de viver nem de pensar das pessoas, mas sim as próprias pessoas que têm que se convencer que estão a destruir o planeta.
Existe um equilíbrio, que é como uma harmonia, muito frágil. Nesse equilíbrio tudo está ligado: todas as plantas, todos os animais, todos os lugares, e tudo o que acontece tem um significado. Mas quando o Homem descobriu o petróleo, as populações cresceram e foi preciso mais e mais petróleo, sempre mais. De maneira que as cidades cresceram e por isso, muitos habitats foram destruídos e com eles as suas espécies de animais e plantas, provocando assim a extinção de muitas. Foi a partir daí que o homem destruiu esse equilíbrio. Agora a Humanidade é dependente do petróleo, do ouro negro, o que se torna cada vez mais perigoso, causando assim o efeito bola de neve; ou seja, se continuarmos assim o problema irá continuar a agravar-se com consequências terríveis, que não conseguimos sequer imaginar.
Eu pergunto-me se será isto que queremos, se será este o nosso futuro! O nosso sistema não poderá funcionar durante muito mais tempo. Por isso vamo-nos juntar e deixar de atirar lixo para o chão, vamo-nos juntar e reciclar, vamo-nos juntar e comprar apenas o necessário, vamo-nos juntar e andar o menos possível de carro, utilizar transportes públicos e bicicletas, vamo-nos juntar e poupar água, vamo-nos juntar e mudar este sistema que é a nossa cultura consumista, vamo-nos juntar e proteger a nossa casa, o nosso Planeta!
Gostava de ser ouvida pelo mundo, porque nem todas as crianças têm a consciência que eu tenho, nem os adultos têm, quanto mais. O que eu quero dizer é que, eu tenho uma grande paixão pelo mundo que nos rodeia, e gostava de o poder proteger, mas sozinha não sou capaz, porque não é apenas uma pessoa que vai conseguir mudar a forma de pensar das pessoas, mas sim as próprias pessoas que mesmo sabendo que estão a prejudicar o planeta, não mudam os seus actos, as pessoas têm de encarar a realidade.
Segundo os cientistas, só temos dez anos para mudar o nosso sistema, se não mudarmos, as consequências serão catastróficas, o clima da Terra sofrerá grandes alterações: o aquecimento global, o gelo dos pólos já está a derreter e, se continuar assim, a água do mar invadirá a terra e a sua salinidade baixará muito.
A natureza conduz sempre ao equilíbrio, mas nós, os humanos, estamos a destruir muito depressa e em grande volume, ou seja, se nós não destruíssemos o planeta da forma bárbara que estamos a destruir, a natureza conseguia manter a vida. Mas, dando um exemplo mais simples, é como se fossemos direitos a um abismo: damos dois passos para a frente e um para traz, vamos acabar por cair nesse abismo, pois a natureza não consegue repor aquilo que destruímos tão depressa como nós, os humanos, destruímos. A natureza não aguenta este ritmo.
O ser humano considera-se o animal mais inteligente mas não o é, eu pelo menos, nunca vejo nenhum dos outros animais destruir o seu próprio habitat, mas vejo o Homem destruir o seu e o de muitas mais espécies.
Durante muito tempo o Homem pertenceu àquilo a que gosto de chamar, ecossistema global, mas a vida das pessoas era dura e quando descobriram o petróleo, apareceram as máquinas que lhes facilitaram muito a vida. Com o petróleo, a qualidade de vida aumentou, a população cresceu e com ela as cidades desenvolveram-se, e foi havendo sempre mais desperdício.
Agora só nos resta parar de desperdiçar os recursos, utilizar apenas o necessário, e revoltarmo-nos para mudar o nosso sistema, que está provado que não funcionará durante muito mais tempo. Não se esqueça que só temos dez anos para mudar, olhe que não é muito, é pouco…mas também já devíamos ter mudado há muito tempo, e pergunto-me se será este o futuro que queremos! Nós escolhemos o nosso futuro e de certeza que não é o falso, poluído, artificial e contaminado planeta que queremos, nós queremos um planeta cheio de vida, cor, luz e alegria!
Não se esqueça que o futuro está nas nossas mãos!!!