segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Os reinos 25

Capítulo 25:
Um trovão rompeu os céus, na escuridão da noite o bosque era muito mais assustador. O feiticeiro corria o mais que podia por entre a mata. Assustado e com a correria, tropeçou num ramo e caiu no chão, atrás de si logo apareceu a criatura que o perseguia, era difícil ver na escuridão, mas era uma criatura rastejante e possuía um comprido pescoço. Assim que caiu, o feiticeiro levou a mão à sua algibeira, mas a sua varinha não estava lá, tinha desaparecido, por isso ele procurou no bolso a sua bola de cristal mas, tal como a varinha, tinha desaparecido. O mostro mordeu-lhe na perna que imediatamente começou a sangrar, o feiticeiro tirou um dos lenços que o cobriam e prendeu o mostro que lutava para se libertar. Com dificuldade o feiticeiro conseguiu enrolar o seu lenço à volta do focinho do monstro que logo desapareceu numa bola de fumo negra. O velho feiticeiro exausto sentia-se tonto e mal disposto, como era médico verificou que a sua perna estava com uma grande ferida e, pior, a criatura tinha-lhe injectado muito veneno, veneno tóxico. O feiticeiro corria perigo, pois neste momento era só um velho sozinho, perdido, esfomeado e cansado. Um velho que não podia fazer nada, apenas esperar e rezar a Zeus que o ajudasse. Continua...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Os reinos 24

Capítulo 24:
«Meu jovem...
Venho por este meio explicar o que se passa. Como deves ter reparado, já não me encontro presente. Ausentei-me para poder terminar uma tarefa há muito esquecida. Peço-vos a todos que sigam as instruções da minha amiga, ela poderá defender-vos e guiar-vos pois ela conhece este mundo tanto ou melhor que eu. Peço-vos que não se preocupem comigo pois estarei em segurança, prometo voltar e prometo que tudo correrá muito bem.
Para que não me esqueça, é indispensável que continuem a nossa viagem, não esperem por mim na gruta pois assim será mais fácil o nosso inimigo encontrar-vos.
Para terminar a carta, peço-vos mais uma vez para não se preocuparem, se eu tiver algum problema envio uma mensagem por telepatia, não se esqueçam de continuar!
Cumprimentos para todos do vosso amigo...»
Assim era o bilhete deixado pelo feiticeiro. Quando o jovem o leu ficou um pouco preocupado, chamou os outros e mostrou-lhes. A mulher não se preocupou muito pois sabia o que fazer.

Continua...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os reinos 23

Capítulo 23:
«Já tenho o seu rapaz, meu amo! Tive de resolver um problema, pois o jovem estava acompanhado por um velho, mas já tratei de tudo. Meu amo, qual a minha próxima missão?» disse um lacaio - sem receber resposta, retirou-se. O malvado homem aproximou-se do rapaz e depois com um movimento brusco agarrou-o, virou-se para trás e de seguida exclamou: «Serve.» Num estalar de dedos, dois homens entraram e levaram o pobre coitado para as masmorras.
Entretanto os nossos heróis encontravam-se escondidos numas grutas perto do rio, o feiticeiro achara melhor passarem lá a noite, pois temia que aquele vulto fosse uma ameaça para todos eles.
Já era noite, todos dormiam excepto o feiticeiro, este pegou numa folha de papel e escrevinhou algumas frases, caracteres estranhos e difíceis de perceber iam-se acumulando formando palavras, frases e parágrafos. Parou de escrever, depois colocou o papel ao pé do seu melhor amigo e saiu da gruta, mas para onde terá ido?

Continua...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os Reinos 22

Capítulo 22:
O feiticeiro tirou o mapa da sua algibeira, de seguida abriu-o. Ficou a olhar para ele durante algumas horas. Depois de chamar todos explicou muito feliz: «Descobri como sair da floresta!» e apontado para o mapa continuou: «Vêem?! Há um caminho ao longo deste rio, depois passamos pelas grutas e no final só temos de entrar nesta faixa onde julgo haver uma aldeia. Lá podemos reabastecer-nos e continuar, depois só falta passar por esta cadeia montanhosa e assim poderemos prosseguir o nosso caminho! O que acham?» Todos estavam muito entusiasmados, excepto o pai do rapazinho: «Não haverá outro caminho? Este parece-me muito longo e difícil!» O feiticeiro ficou um pouco irritado, mas quem falou foi a mulher: «Ouve lá, tu não deves fazer a mínima ideia de como é isto aqui! Dizias que eu era fraca, pois bem, o fraco és tu! Comparado com todos os outros caminhos, este é o mais seguro, é um caminho fácil comparado com todos os outros! Percebes ou não?» O rapaz ficou embaraçado, depois baixou a cabeça e pediu desculpa ao feiticeiro.
No dia seguinte todos estavam prontos, partiram seguindo o caminho proposto pelo feiticeiro. Rapidamente chegaram ao rio, pois já conheciam aquele caminho, estavam habituados a ir lá buscar água.
Quando chegaram ao rio ainda era madrugada por isso ainda tinham muito tempo para caminhar. Durante o caminho, a mulher e o rapaz começaram a conversar: «Peço desculpa por te ter tratado tão mal! Não queria mas, ás vezes irrito-me, quando alguém diz ou faz algo errado. Esqueço-me que ninguém é perfeito!» O jovem não disse nada, mas deu a entender que tinha percebido o que ela lhe dissera. Mas a calma foi interrompida pela criança que chamou apenas o feiticeiro dizendo-lhe: «Passa-se algo de estranho comigo! Estou a ver um estranho vulto negro, sinto o perigo e cheira-me a sangue!» o feiticeiro ficou preocupado e disse a todos para estarem alerta.

Contimua...

domingo, 18 de outubro de 2009

Os reinos 21

Capítulo 21:
Um homem todo vestido de preto, sem rosto, não era humano, nem tinha alma. Era uma criatura fria e cruel, era um senhor da guerra muito poderoso e rico que podia tomar a forma de qualquer outro ser. Podia evocar muitos males, espíritos e criaturas das trevas. Podia matar e até roubar almas. E era esse o seu objectivo, encontrar uma alma que fosse digna da sua pessoa, uma alma tão pura e transparente que poderia assentar a qualquer um, o seu problema é que ainda não tinha conseguido encontrar nenhuma alma assim, pois apenas um ser humano possuía uma alma como esta, e o malvado senhor das trevas ainda não conseguira descobrir esse humano, mas achava que mais tarde ou mais cedo, iria descobri-lo. O homem de preto, já há muitos séculos que a procurava... por vezes chegava a pensar que o seu destino seria passar toda a eternidade a viajar de mundo em mundo em busca da sua preciosa alma, mas agora ele já a tinha farejado, agora restava-lhe saber quem era o dono dela.
Entretanto o velho continuava parado naquele caminho, sem saber do seu neto, o seu burro já começara a enfraquecer devido à fome. Ele tinha de voltar, mas estava preocupado com o neto. Levantou-se e começou a caminhar, mas ouviu algo atrás de si, virou-se e o que viu deixou-o aterrorizado: era um ladrão. Enquanto o misterioso homem tinha um punhal, o velho não tinha nada, por isso ajoelhou-se e suplicou para que ele não lhe fizesse mal. O ladrão não reagiu, pegou no punhal e ergueu-o sobre as costas do velho que gritava por piedade, de seguida, sem dizer nada, espetou-lhe a faca costas, velho deu um gemido e depois caiu no chão, estava morto…

Continua...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os reinos 20

Capítulo 20:
Um velho homem caminhava pela estrada acompanhado pelo seu burro de estimação e pelo seu neto. Ambos caminhavam calados em direcção ao pôr do sol, mas o neto virou-se para o homem e diz-lhe: «Estou exausto, não podemos parar para descansar? Desde que partimos para o Reino de Edren, tudo tem sido muito difícil! Eu estou cheio de fome e de sede. Por favor, podemos parar?» O homem vira-se para o neto, depois dá-lhe um estalo na cara , exclamando: «Estás louco? Não podemos parar, queres morrer de fome, temos de chegar à aldeia escondida para nos podermos alimentar e beber água, tem de ser, tenho muita pena, mas tem de ser!» O rapazinho não disse nada, continuou a caminhar um pouco amuado. Deixou-se ficar alguns metros atrás do homem, mas de repente, o homem ouviu um grito e de seguida um silencio de cortar a respiração. Desconfiado, virou-se para trás e... o rapazinho tinha desaparecido. O homem sentiu-se um pouco em pânico e depois começou a gritar pelo seu neto: «Rapazinho! Onde te meteste seu mandrião? Se andas a fugir de mim, vais-te arrepender muito, se não chegarmos à aldeia escondida antes do anoitecer vamos perder-nos, é melhor que venhas já para aqui!» Como não teve resposta, sentou-se no chão, estava cansado e desorientado, sentado não sabia o que fazer, o que ia ser da sua vida. Parou para pensar melhor no que fazer, decidiu acampar ali e rezar para que o rapaz voltasse, mas essa decisão foi um erro, corria muito perigo...

Continua...

sábado, 10 de outubro de 2009

Os reinos 19

Capítulo 19:
Caminhando pela floresta, os cinco amigos procuravam alimento e madeira, pois queriam aquecer-se e cozinhar os alimentos.
Depois de procurarem durante várias horas, acabaram por ficar cansados e decidiram voltar para o acampamento que haviam montado. Com o material que encontraram, decidiram começar a preparar a fogueira, pois era uma coisa que exigia muita paciência e muito tempo. Enquanto o jovem preparava a fogueira, o feiticeiro olhava o céu, pensando em como tudo no mundo se formava: pensava na sua filosofia e pensava na vida de todos eles. De repente, o feiticeiro abre os braços e dá um grito. Todos correm para ele e todos perguntam o que se passa. O feiticeiro tinha acabado de ter um sonho, e como todos os sonhos que tinha, este tinha um significado. Mas qual seria? Ele tinha visto algo muito estranho, algo que o tocara. Ele tinha visto um corpo, um corpo imóvel que pairava, pairava no vazio. Quem seria a pessoa que pairava? Por que estava ali? Que significado poderia ter aquela visão? Estas eram as perguntas que todos faziam, e como não conheciam bem aquilo e o desconhecido é tão assustador, todos ficaram preocupados. Não havia dúvidas de que era estranho.
O feiticeiro virou-se para os seus amigos e depois disse-lhes num tom de voz assustado: «Não pensem mais no assunto, vão esquecer tudo isto, pelo menos por enquanto. Apenas eu me vou concentrar em descobrir o que se passa, pode ser falso alarme, mas isto não me cheira nada bem.»
O tempo passou, e como às vezes o tempo passa tão depressa que nem o vemos passar, anoiteceu. Agora o frio era muito, o vento soprava, um vento gelado e tão forte que quase se sentia o corpo congelar. O rapaz tentava acender a fogueira, mas o vento apagava-a, eles não iam poder ficar na floresta por muito mais tempo, por isso, combinara partir no dia seguinte, para procurar a saída da floresta, que naquele momento era como um labirinto sem fim.

Continua...